quinta-feira, 26 de abril de 2012
terça-feira, 2 de novembro de 2010
O "Dia de Finados" para o Espírita

O Dia de Finados é o dia da celebração da vida eterna das pessoas queridas que já faleceram. É o Dia do Amor, porque amar é sentir que o outro não morrerá nunca.
É celebrar essa vida eterna que não vai terminar nunca. Pois, a vida cristã é viver em comunhão íntima com Deus, agora e para sempre.
Desde o século 1º, os cristãos rezam pelos falecidos; costumavam visitar os túmulos dos mártires nas catacumbas para rezar pelos que morreram sem martírio.
No século 4º, já encontramos a Memória dos Mortos na celebração da missa. Desde o século 5º, a Igreja dedica um dia por ano para rezar por todos os mortos, pelos quais ninguém rezava e dos quais ninguém se lembrava.
Desde o século XI, os Papas Silvestre II (1009), João XVIII (1009) e Leão IX (1015) obrigam a comunidade a dedicar um dia por ano aos mortos.
Desde o século XIII, esse dia anual por todos os mortos é comemorado no dia 2 de novembro, porque no dia 1º de novembro é a festa de "Todos os Santos".
O Dia de Todos os Santos celebra todos os que morreram em estado de graça e não foram canonizados.
O Dia de Todos os Mortos celebra todos os que morreram e não são lembrados na oração.
O DIA DE FINADOS PARA O ESPÍRITA
Data em que muitos visitam os cemitérios para prestar homenagens aos seus entes desencarnados.
É interessante discorrer sobre questionamentos com os quais de vez em quando somos colhidos por parte de conhecidos, curiosos ou interessados em se iniciar nos assuntos relativos à espiritualidade.
De vez em quando alguém pergunta "por que o espírita não vai ao cemitério" (no dia de finados, mais especificamente). Cabe aqui, portanto, um esclarecimento útil.
Primeiro: - Nenhum espírita, em virtude de ideologia religiosa, ou limitação de qualquer tipo imposta pela doutrina, "não pode" ir ao cemitério em qualquer época. Efetivamente conheço muitos, simpatizantes, ou espiritualistas convictos, que narram de suas visitas a túmulos de parentes ou conhecidos.
Segundo: - O que ocorre mais amiúde é que, em detendo o espírita a tranqüila convicção de que seu ente querido não mais se demora por estas bandas, tendo demandado estâncias outras, mais ricas, de vida, guarda a consciência clara de que tudo o que ficou na sepultura foi a "roupagem gasta", e não mais, portanto, a pessoa com quem compartilhou experiências e afeto.
Terceiro: - Isto não implica em que o espírita sincero condene ou critique o posicionamento dos demais semelhantes que, de todo o coração, prestam com sinceridade as suas homenagens aos seus afeiçoados que se anteciparam na viagem deste para o outro lado da vida. Aliás, reza no próprio conhecimento da doutrina que muitos desencarnados visitam, efetivamente, os cemitérios por ocasião da data, em consideração às demonstração de amor com que ali são distinguidos. E muitos outros ainda, afeitos aos costumes dentro dos quais desenvolveram suas experiências na matéria, conferem ainda subida importância a este gesto, ressentindo-se, de fato, daqueles que não o prestem nas datas de molde a serem lembrados.
Vistas estas considerações, é sensata a conclusão de que jamais cabe padrão algum de conduta no que toca ao sagrado universo íntimo humano. Cada agrupamento familiar terreno é único e peculiar, e ninguém melhor do que os seus componentes para estarem inteirados do que atinge ou não atinge mais de perto a cada um; o que convém ou o que não convém em matéria de sentimento e dedicação, cujos estágios e características se multiplicam ao infinito correspondente do número de habitantes do vasto universo humano.
Efetivamente, somos do lado de "lá" o que fomos aqui. É dever comezinho não só do espírita, quanto de qualquer pessoa que se diga civilizada, respeitar a diversidade dos caminhos escolhidos que, destarte, haverão de conduzir a cada ser, no tempo certo, ao mesmo ponto de encontro comum na intimidade das luzes divinas.
Questão de temperamento, de agrupamento humano, de fé e de hábitos, o ir ou não ir ao cemitério, de vez que é na sinceridade do gesto, e não no gesto em si, que se vislumbra a verdadeira homenagem aos desencarnados, de forma que, amor pelos mesmos, podemos dirigir-lhes tanto do recesso abençoado do nosso recanto de meditação no lar, quanto do ambiente de qualquer templo religioso, ou ainda diariamente, no movimento tumultuado das ruas, ou também no cemitério, a qualquer dia do ano.
De forma que aqueles que partiram nos amando de todo o coração haverão de valorizar e entender a nossa melhor intenção ao seu respeito, seja de onde for que se irradie, colhendo-os de pronto, pela linguagem instantânea do coração e do pensamento. Os que foram afeitos aos hábitos costumeiros do dia de finados, na medida de suas possibilidades espirituais após a transição lá estarão, junto à sepultura física, colhendo com sincera afeição os votos de paz e as preces que lhes estejam sendo dirigidas.
Os provenientes dos lares espiritualistas na Terra receberão as mesmas demonstrações de amor a qualquer tempo, em qualquer data que faça emergir naqueles que ficaram para trás no aprendizado físico as gratas lembranças com que são evocados.
O importante é que espíritas e não espíritas têm em comum, em relação aos seus amados que já se foram, à qualquer época, a linguagem inconfundível do amor entre as almas. Enxerguemos acima dos horizontes das limitações de visão humanas para alcançarmos com clareza a compreensão de que é assunto individual a forma como celebramos o nosso afeto para com os nossos entes queridos, e que o fator da sinceridade e da intenção é o que de fato conta, na hora da certeza de que nossas preces e votos de paz serão bem recebidos por aqueles que prosseguem nos amando de igual forma na continuidade pura e simples da vida, que a todos aguarda para além das portas da sepultura, sob as bênçãos de Jesus.
Christina Nunes.
Leia mais: Forum Espírita
sábado, 30 de outubro de 2010
Que é Ser Espírita? (Odalea Fazollo Pereira)
"Reconhece-se o verdadeiro espírita pela sua transformação moral e pelos esforços que emprega para domar suas inclinações más".
Allan Kardec
Ser espírita é ser autêntico, trabalhando na autonomia pessoal o direito à felicidade possível; é ser íntimo da alegria, num fluir contínuo de comunhão da criatura com a fonte da beleza, que é o Criador; é orar com absoluta confiança n’Ele, trabalhando com entusiasmo, agindo caridosamente, desculpando os ofensores, aplicando a bondade, a lealdade, a humildade, a compreensão e o algodão do perdão na chaga aberta por quantos nos ferem ou agem de maneira reprochável; é praticar a caridade em todos os níveis e em todas as oportunidades que se oferecem, porque "fora da Caridade não há salvação" para as nossas Almas; é saber amar o próximo, estendendo este amor até mesmo aos que nos magoam, nos ferem e são caracterizados à conta de inimigos, vez que, aquele que fere, é um doente da Alma, apartado do bem e do amor a Deus; é tolerar com paciência, as situações desagradáveis e as horas amargas, defrontadas no curso do carreiro evolutivo, não permitindo que os empecilhos se transformem em tristezas entorpecentes ou mecanismos ancilosantes que obstam nossa ação no bem com Jesus; é ser benevolente com os irmãos em Humanidade e não exigir deles qualidades que ainda não possuímos.
Quando tudo parece conspirar contra a felicidade almejada, o espírita será sempre aquele que erguerá os olhos para a face risonha da Vida que o antoja, superando o momento aziago com alegria, confiança em Deus, serenidade, bondade e amor...
O Espírita-Cristão, não carece ser na sociedade em que vive, um ser exótico, diferente dos demais, senão na consciência reta e pulcra no fiel comprimento dos deveres que lhe são próprios.
A Divina Sabedoria que rege nossos destinos, é perfeita em todos os sentidos e observando nossa condição de Espíritos Eternos, acalenta-nos em seu Amor Infinito e incondicional, preceituando para cada um de nós: saúde e não doença, conciliação e não discórdia, paz e não desequilíbrio, tolerância e não intransigência, alegria e não tristeza, esperança e não desânimo, perdão e não ressentimento, êxito e não fracasso, coragem e não fraqueza, fé e não medo destrutivo, disciplina e não desordem, progresso e não atraso.
A Doutrina de Jesus, se resume toda no amor e nos ensina a caridade, a justiça, a humildade, a paciência, a abnegação, o perdão e a resignação dinâmica que sabe agir no momento certo, jamais se amolentando na indiferença ou no desânimo...
O perdão oferecido pelo verdadeiro espírita, é aquele que brota das mais profundas anfractuosidades do coração e faz olvidar por completo as ofensas recebidas.
Os Espíritos amigos exoram:
"Pregai, exemplificando, a Caridade ativa, infatigável, que Jesus vos ensinou, substituindo a cólera que conspurca pelo amor que edifica; sede probos, leais e conscienciosos, fazendo sempre aos outros o que quereis que vos façam; amai sem escravizar-vos e sem escravizar".
Espiritismo!... Que além de ser Ciência, Filosofia e Religião, é também poesia!...
"Felizes dos que te conhecem e tiram proveito de seus ensinos!..."
***
Ser Espírita (José Fuzeira)
Ser espírita é ser clemente
É ter a alma de crente,
Sempre voltada pro bem.
Ensinar ao que erra,
A viver sempre na Terra,
Sem fazer mal a ninguém.
É ter sempre por divisa
O amor que suaviza
O pranto, a dor, a aflição...
É fazer a caridade!
É amparar a orfandade,
Livrando-a da perdição
É crer em Deus e ter crença
Na Sua bondade imensa.
É guardar sempre em mente
Os conselhos de Jesus;
E encaminhar toda a gente,
Como esse facho de luz.
É perdoar a injúria,
É suavizar a penúria
Daquele que não tem pão.
É tornar-se complacente,
E ao inimigo insolente,
Responder com o perdão.
É amar a Deus e nossa cruz,
Carregar, com Jesus;
Para que em nossa aflição,
A alma suba às alturas,
Embora o corpo em torturas,
Esteja rolando no chão.
É estimar os animais...
Pois, embora irracionais,
Sentem dor e aflição.
E até o seu olhar
Tem a expressão singular,
De Almas em formação.
(Jornal Mundo Espírita de Dezembro de 1997)