
Gostamos de enfatizar o e de pais e filhos, para que ninguém cometa o equívoco de dizer relação de pais versus filhos, o que daria uma visão distorcida de que os pais atuam em oposição aos filhos.
Não! Pais e filhos, pais + filhos caminham juntos e atuam do mesmo lado, devem batalhar unidos contra os adversários que lhes são comuns: a intolerância, a falta de respeito, o ciúme, o egoísmo, o orgulho, enfim todos os sentimentos inferiores que minam o relacionamento familiar e acabam por separar o time que foi escalado por Deus e pela espiritualidade superior para vencer todos os campeonatos desta jornada terrena.
Esses sentimentos, quando não separam fisicamente, são responsáveis pelo distanciamento entre os membros do lar, que muitas vezes coabitam, mas não se sentem irmãos, não se sentem cônjuges, não se sentem criaturas que geraram convivendo com criaturas que foram geradas.
A família, na visão espírita cristã, é o berço que nos acolhe para nos proteger dos ataques externos e internos que certamente sofremos ao retornar do mundo espiritual, e chegarmos aqui através da bênção misericordiosa da reencarnação, concedida por Deus para que possamos nos aperfeiçoar, trabalhar as fraquezas que trazemos de vidas anteriores, aprender a amar indistintamente, na pessoa de filhos, filhas, irmãs, pais e mães, aqueles que muitas vezes nos foram desafetos do passado, aqueles com quem deixamos pendentes sentimentos que, à luz do esquecimento do elo que nos uniu ontem, poderão ser transformados nos mais belos e desinteressados laços de amor, gratidão, compreensão e paz.
Cada um de nós tem, na família, uma função principal a que nos devemos dedicar com atenção e acima de tudo com responsabilidade.
Aos pais, a mais difícil e bela missão de educar.
Educar no sentido mais profundo da palavra.
Fazer com que o filho se sinta parte do núcleo familiar.
Ah! Quantos filhos não se sentem participantes da família!!
Muitos adolescentes, colegas de nossa filha de 14 anos, nos procuram para desabafar suas frustrações de filhos.
Quantas vezes são proibidos de emitir opiniões, são obrigados a calar-se porque os pais, confundindo autoridade com autoritarismo, apenas lhes impões decisões, sem ao menos explicar-lhes o porquê delas, exigindo-lhes temor, quando deveriam receber deles respeito e amor.
Quando os filhos não se sentem parte da família, não ocupam seu espaço no lar, procuram e acham, lá fora, na rua, no grupo de “amigos”, na escola, pessoas nem sempre apropriadas para lhes dar esse espaço que buscam em desespero.
E vêm as amizades de má influência, as drogas, os namoros-fugas que não raro terminam em gravidez indesejada...
É preciso que nós, pais, possamos respeitar a individualidade de nossos filhos, entendendo que cada um é diferente do outro, jamais comparando um com outro (esse é um de nossos mais freqüentes erros!).
Ninguém gosta de ser comparado a outro! Imaginem se seu esposo vivesse lhe comparando com uma ex-namorada do tempo de solteiro, e vice-versa.
Em vez de desenvolver em você um sentimento de admiração por ela, você iria desenvolver um sentimento de antipatia e concorrência.
É isso que fazemos com nossos filhos ao compará-los entre si, estamos, na verdade, jogando um contra o outro.
O respeito à individualidade passa por permitir ao filho desenvolver as próprias potencialidades, mesmo que você não concorde com elas, mas o importante é apoiá-lo e acompanhá-lo.
O filho precisa saber que você torce por ele, seja qual for a opção dele, ele precisa entender duas coisas:
- quem vai colher os frutos dessa escolha é ele
- você estará sempre ao lado para apoiá-lo nas quedas e aplaudi-lo nas vitórias, sem nunca deixar de mostrar-lhe, com muito amor, os equívocos que está a cometer.
A psicologia moderna mostra três tipos de família, na evolução dos tempos (Alberto Almeida).
- modelo patriarcal – um manda, os outros obedecem
- modelo permissivo – pode tudo para não traumatizar o filho, permite-se até que ele bata na cara do pai, da mãe, do avô.
- modelo nítido – papéis bem definidos – autoridade assegurada, não o autoritarismo.
Resta-nos, então, escolher que tipo de família queremos para nosso lar, sabendo que o evangelho nos orienta o modelo nítido em que os papéis bem definidos poderão proporcionar condições de desenvolver e viver virtudes que possam nos fazer entender que nem toda diferença conduz à divergência.
AUTORA: JOSINEIDE MEDEIROS ALMEIDA
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